lua nova

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SUMÁRIO
 
PRÓLOGO 11
1. FESTA 12
2. SUTURA 31
3. O FIM 47
4. O DESPERTAR 73
5. TRAPAÇA 92
6. AMIGOS 104
7. REPETIÇÃO 119
8. ADRENALINA 134
9. TRIÂNGULO 148
10. A CAMPINA 164
11. CULTO 182
12. INVASÃO 200
13. ASSASSINO 215
14. FAMÍLIA 231
15. PRESSÃO 244
16. PÁRIS 258
17. VISITANTE 271
18. O ENTERRO 287
19. CORRIDA 302
20. VOLTERRA 316
21. VEREDICTO 329
22. VÔO 345
23. A VERDADE 356
24. VOTAÇÃO 372
EPÍLOGO: PACTO 391

Estas alegrias violentas têm fins violentos
Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.
Romeu e Julieta, Ato II, Cena VI

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PRÓLOGO
parecia que eu estava presa em um daqueles pesadelos apavorantes
em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem, mas
não consegue fazer com que seu corpo se mexa com rapidez sufi ciente. Minhas
pernas pareciam se mover com uma lentidão cada vez maior à medida
que eu lutava para atravessar a multidão insensível, mas os ponteiros do
enorme relógio da torre não eram lentos. Com uma força implacável, eles se
aproximavam inexoravelmente do fi m — do fi m de tudo.
Mas isso não era um sonho, e, ao contrário do pesadelo, eu não estava correndo
para salvar a minha vida; eu corria para salvar algo infinitamente mais
precioso. Hoje minha própria vida pouco signifi cava para mim.
Alice dissera que havia uma boa possibilidade de que morrêssemos ali.
Talvez fosse diferente se ela não estivesse na armadilha que era a luz do sol intensa;
só eu estava livre para correr por aquela praça cintilante e abarrotada.
E eu não conseguia correr com rapidez sufi ciente.
Então não me importava que estivéssemos cercados de inimigos extraordinariamente
perigosos. À medida que o relógio começava a soar a hora, vibrando
sob a sola de meus pés lentos, eu sabia que era tarde demais para mim
— e fiquei feliz que alguma coisa sedenta de sangue esperasse nos bastidores.
Pois, falhando nisso, eu perderia qualquer desejo de viver.
O relógio soou novamente e o sol incidia exatamente do meio do céu.
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1. FESTA
eu tinha noventa e nove por cento de certeza de que estava
sonhando.
Os motivos para minha certeza eram que, primeiro, eu estava de pé em
um raio brilhante de sol — o sol claro e ofuscante que nunca luzia em minha
nova cidade chuvosa, Forks, no estado de Washington — e, segundo, eu
olhava minha avó Marie. Vovó morrera havia seis anos, então era uma prova
concreta da teoria do sonho.
Minha avó não mudara muito; seu rosto estava exatamente igual ao que
eu lembrava. A pele era macia e murcha, dobrando-se em centenas de pequenas
rugas que pendiam delicadas. Como um damasco seco, mas com uma
nuvem de cabelo branco e espesso se destacando em volta dele.
Nossas bocas — a dela com rugas ressecadas — se estendiam no mesmo
meio sorriso de surpresa, exatamente ao mesmo tempo. Aparentemente, ela
também não esperava me ver.
Eu estava prestes a lhe fazer uma pergunta; tinha tantas — O que ela
estava fa zendo ali, no meu sonho? O que ela andara fazendo nos últimos seis
anos? Vovô estava bem, e eles se encontraram, onde quer que estivessem? —,
mas ela abriu a boca quando tentei falar, então parei para permitir que ela
falasse primeiro. Ela fez uma pausa também e depois nós duas sorrimos com
o pequeno embaraço.
“Bella?”
Não era vovó que chamava meu nome, e nós duas nos viramos para ver
quem se unira a nossa reuniãozinha. Não precisava olhar para saber quem
era; aquela era uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar — reconheceria
e reagiria a ela, quer estivesse acordada ou dormindo... Ou até
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morta, posso apostar. A voz pela qual eu pisaria em brasas — ou, sendo
menos dramática, pela qual eu chapinharia na lama em cada dia de chuva
fria e interminável.
Edward.
Embora eu sempre fi casse emocionada ao vê-lo — consciente ou não —,
e embora eu quase tivesse certeza de que era um sonho, entrei em pânico enquanto
Edward se dirigia a nós sob o sol reluzente.
Entrei em pânico porque vovó não sabia que eu estava apaixonada por um
vampiro — ninguém sabia disso —, então, como eu explicaria o fato de que
os feixes brilhantes de sol se dividiam em sua pele em mil fragmentos de
arco-íris, como se ele fosse feito de cristal ou diamante?
Bom, vó, deve ter percebido que meu namorado brilha. É só uma coisa que ele faz
no sol. Não se preocupe com isso...
O que ele estava fazendo? O motivo para ele morar em Forks, o lugar mais
chuvoso do mundo, era que podia fi car ao ar livre durante o dia sem revelar
o segredo de sua família. E no entanto ali estava ele, andando elegantemente
em minha direção — com o sorriso mais lindo em seu rosto de anjo, como se
eu fosse a única presente.
Nesse segundo, desejei não ser a única exceção a seu misterioso talento;
em geral eu me sentia grata por ser a única pessoa cujos pensamentos ele não
podia ouvir com clareza, como se fossem pronunciados em voz alta. Mas agora
eu queria que ele fosse capaz de me ouvir também, assim poderia escutar
o alerta que eu gritava em minha cabeça.
Lancei um olhar de pânico para minha avó e vi que era tarde demais.
Ela estava se virando para olhar para mim de novo, os olhos tão alarmados
quanto os meus.
Edward — ainda sorrindo daquele jeito tão lindo que fazia meu coração
parecer inchar e explodir no peito — pôs o braço em meu ombro e virou-se
para olhar minha avó.
A expressão de vovó me surpreendeu. Em vez de parecer apavorada, ela
me olhava timidamente, como se esperasse por uma repreensão. E ela estava
de pé numa posição tão estranha — um braço afastado canhestramente do
corpo, esticado e, depois, envolvendo o ar. Como se estivesse abraçando alguém
que eu não podia ver, alguém invisível...

Só então, enquanto eu olhava o quadro como um todo, foi que percebi
a enorme moldura dourada que cercava as feições de minha avó. Sem compreender,
levantei a mão que não estava na cintura de Edward e a estendi

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